sexta-feira, dezembro 19, 2003
Fretilin e UDT Assumiram Responsabilidades nos Massacres de 75
No PÚBLICO: "Quando a audiência pública sobre o conflito mortífero entre os partidos timorenses de 1974 a 1976 se iniciou, segunda-feira passada, os organizadores não tinham a certeza ainda de que o presidente da UDT, João Carrascalão, nela aceitasse participar. Faltava-lhes também receber a prometida mensagem de Abílio Osório Soares, o último governador pró-indonésio. E já sabiam que não chegariam a tempo, se alguma vez chegarem, as também prometidas palavras de Francisco Lopes da Cruz, primeiro presidente da UDT. Apesar de figuras históricas do Timor pós-25 de Abril, Cruz e Soares tornaram-se, entretanto, personagens de uma outra realidade nacional: o primeiro serve a República da Indonésia como embaixador; o segundo é um empresário com escritórios abertos em Kupang e Jacarta. Simbólica embora, a sua participação na audiência nenhum efeito prático teria na vida política timorense, de que, em definitivo, não fazem parte. Pelo contrário, a ausência de João Carrascalão, comandante operacional do movimento de 11 de Agosto de 1975, que abriu caminho à guerra civil, feria de morte a iniciativa, que já sofrera dois adiamentos devido a tensões surgidas. Ontem, algumas horas antes da prevista intervenção, o mais novo dos três irmãos políticos da mais célebre família de Timor-Leste deu entrada nas instalações da antiga cadeia colonial portuguesa, Comarca, sede da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação (CAVR), sentou-se numa cadeira, e ali ficou, esfíngico, a ouvir os responsáveis dos partidos que o precediam no programa, Kota e Trabalhista. A mais delicada de todas as sessões de reconciliação nacional em curso já não seria um fracasso. Só as horas seguintes poderiam mostrar a medida do êxito da iniciativa." [notícia completa]
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