segunda-feira, março 08, 2004

«A comunidade internacional deixou as coisas apodrecer no Ruanda»

No PÚBLICO: "Aldo Ajello foi representante especial do secretário-geral da ONU em Moçambique (entre 1992 e 1995), antes de passar a secretário-geral adjunto da ONU para a prevenção da paz. Desde 1996, ocupa o cargo de representante especial da União Europeia para a região dos Grandes Lagos. Para ilustrar o que diz ser "a falta de interesse" do mundo ocidental pelo continente africano, o diplomata italiano conta um episódio a que assistiu numa cimeira, quando os chefes de Estado presentes foram convidados a dizer em três minutos o que mais os preocupava: "O Presidente Chissano de Moçambique disse que 30 segundos eram suficientes para expressar que a sua maior preocupação era a falta de preocupação pelo seu continente. 'Falámos de tudo e não ouvi uma única vez pronunciar a palavra África', disse então Chissano. Foi há dez anos. E em dez anos, isso não mudou", lembra Aldo Ajello. Numa entrevista ao PÚBLICO, durante a sua estadia em Fevereiro em Lisboa, Aldo Ajello relacionou essa falta de atenção à "grande parte de responsabilidade" que a ONU teve "antes, durante e depois do genocídio" no Ruanda." [entrevista]

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