terça-feira, agosto 17, 2004
«Arrogância dos Países Ricos» Alimenta Tráfico de Bebés
No PÚBLICO: "Bruce Harris, director da Casa Alianza - uma organização de defesa dos direitos dos menores que desde a década de 90 denuncia venda de bebés na América Latina -, diz que a "arrogância dos países ricos" fomenta o tráfico para adopção. A ideia de que as crianças viverão melhor no "primeiro mundo" faz com que americanos e europeus não se empenhem em garantir processos transparentes. O tráfico de recém-nascidos originários da Bulgária que está a ser investigado pela Polícia Judiciária de Coimbra não surpreende Bruce Harris: "Isso acontece muito aqui", afirmou ao PÚBLICO. A diferença é que não são as grávidas que viajam para o estrangeiro, mas os casais que se deslocam à América Latina para "comprar um bebé". A falta de controlo e a "forte corrupção" fazem com que seja "fácil" encontrar um intermediário capaz de arranjar uma mulher prestes a dar à luz que, mediante algum dinheiro, se disponha a registar-se num hospital com o nome da mãe adoptiva ("compradora"). O bebé nasce, é só fazer o assento de nascimento e ir à embaixada validá-lo para poder sair do país legalmente. Uma equipa de jornalistas do diário espanhol El Mundo fez a experiência no Paraguai. "Na Guatemala, as adopções converteram-se numa das exportações não tradicionais mais bem sucedidas", assegura Bruce Harris. Qualquer pessoa, a título individual, pode mediar um processo. E os advogados chegam a ganhar mais de 20 mil dólares por menor. "Noventa por cento das crianças [adoptadas por estrangeiros] vão para os Estados Unidos", o maior importador de bebés do mundo. Quantos? Só no ano passado, os americanos ficaram com 2328." [notícia completa]
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