quinta-feira, dezembro 23, 2004
Este ano já morreram 75 reclusos no País
No Diário de Notícias: "Setenta e cinco reclusos morreram desde o início do ano nas prisões portuguesas. Destes, 22 suicidaram-se. A Associação Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento (ACED) alerta para o facto de «alguns dos suicídios serem, na realidade, homicídios». Segundo António Pedro Dores, dirigente da ACED, este ano, existe esta suspeita em relação a dois casos e os familiares têm mesmo a intenção de avançar para um processo judicial. O sociólogo conta que um desses casos foi o do recluso que apareceu morto na cela disciplinar do estabelecimento prisional do Linhó, enforcado com roupa de cama. «O problema é que nesse local não há essa roupa disponível, o que levantou algumas suspeitas», disse, criticando os métodos utilizados nas investigações. Os dados, revelados pela Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP), a que o DN teve acesso, mostram que nos últimos sete anos morreram 687 reclusos no País. Destes, apenas cinco casos foram de homicídios (três em 2001 e dois em 2002). Quanto a suicídios, registaram-se 123. Os restantes morreram de causas naturais. Ontem, a ACED revelou à imprensa que nos primeiros cinco meses de 2004 tinham morrido 42 presos, «um número exorbitante», e que destes, «dois terços estavam ainda em prisão preventiva e, portanto, eram pessoas inocentes até prova em contrário». No entanto, a DGSP informou que até agora há 75 mortes. António Pedro Dores lamentou o facto de não lhes ter sido facultado este número." [notícia completa] [notícia no PÚBLICO]
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