sexta-feira, dezembro 03, 2004
Vítimas de Bhopal continuam abandonadas
No PÚBLICO: "A aurora ainda não tinha rompido. No dia 3 de Dezembro de 1984, a cidade de Bhopal, na Índia, começou a ser envenenada na cama. Um assassino invisível soltou-se de um contentor da empresa norte-americana de pesticidas Union Carbide e matou milhares de pessoas. Duas décadas depois, o pior desastre industrial da História continua a destruir vidas. E pouco tem sido feito para ajudar os sobreviventes. Passavam cinco minutos da meia-noite quando mais de 36 toneladas de gás se escaparam de um contentor e começaram a percorrer as ruas. Em poucos minutos, os habitantes acordaram sobressaltados com a tosse que subitamente os atacou. Agarrados à garganta, tropeçavam pelas ruas aos gritos. Outros vomitavam. Milhares, nunca se soube quantos ao certo, morreram nessas primeiras horas. Os números oficiais falam em menos de 2500 mortos e 200 mil expostos. A Amnistia Internacional (AI), que divulgou esta semana um extenso relatório sobre o acidente, considera que os valores são muito superiores, situando-se nos sete mil mortos nos dias imediatos ao acidente e 15 mil nos anos posteriores. De igual forma, considera que cerca de 100 mil pessoas sofrem, ainda hoje, de doenças crónicas em resultado da exposição aos químicos. Apesar da dimensão da desgraça, os sobreviventes continuam à espera das indemnizações, tratamento e assistência médica adequados e apoio social e económico. O local do acidente ainda não foi limpo e os resíduos tóxicos continuam a contaminar o ambiente e a água que abastece as populações. Segundo a AI, "surpreendentemente, ninguém foi considerado responsável pela fuga de gás e pelas suas desastrosas consequências". [notícia completa]
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