terça-feira, fevereiro 15, 2005

Timor-Leste: Quase concluído esboço da Comissão de Verdade com Indonésia

Na LUSA: "Eduardo Lobão, da Agência Lusa Díli, 15 Fev (Lusa) - O esboço da Comissão de Verdade e Amizade (CVA), iniciativa de Díli e Jacarta para apurar a verdade material dos crimes ocorridos em 1999, ficará concluído no final deste mês, disse hoje à Agência Lusa o chefe da diplomacia timorense De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor- Leste, José Ramos Horta, o processo de consultas encetado pelo lado timorense termina esta semana e no final do mês será possível ter um esboço finalizado para os dois chefes de Estado analisarem. Ramos Horta falava à Lusa no final do encontro que manteve com o bispo de Díli, D. Alberto Ricardo, que falando em nome da igreja católica timorense, expressou as mais fortes críticas à iniciativa conjunta de Díli e Jacarta. D. Alberto Ricardo afirmou-se perplexo com a decisão saída da cimeira que juntou em Dezembro de 2004, em Bali, os presidentes de Timor-Leste e da Indonésia, no sentido de ser criada uma Comissão de Verdade e Amizade para apuramento dos factos ocorridos em 1999, na sequência do fim da ocupação indonésia. Face às críticas do bispo de Díli, o chefe da diplomacia timorense chegou a colocar a possibilidade da liderança política de Timor-Leste avançar sozinha para um acordo com Jacarta com vista à investigação dos crimes perpetrados em 1999 em Timor-Leste. Todavia, no final do encontro de hoje, Ramos Horta destacou a coincidência de opinião da classe política e da igreja timorense quanto à necessidade da justiça "prevalecer como o valor central nos trabalhos da CVA". "Penso que será possível encontrar-se um consenso nacional de apoio a esta iniciativa", acrescentou Ramos Horta. D. Alberto Ricardo, em declarações à Lusa, salientou que "a posição da igreja continua a ser a mesma: não mudou, ou seja, a justiça tem que ser feita e a verdade salvaguardada". Deste encontro de posições ressalta o que D. Alberto Ricardo sustenta ser fundamental no processo, e que passa pela "compensação moral das vítimas" e garantias "que o mal não se volte a repetir e prevaleça a paz e a tranquilidade". [notícia completa]

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