sexta-feira, março 18, 2005
Advogados de pinochet contra Denúncia americana
No PÚBLICO: "A defesa do antigo ditador chileno general Augusto Pinochet classificou as informações do Senado americano sobre a sua verdadeira fortuna nos Estados Unidos como uma "brincadeira", sugerindo mesmo que tenham na base motivações políticas. Mas o Chile recebeu-as bem. "Trata-se francamente de uma verdadeira brincadeira da parte do Senado norte-americano", disse o chefe da equipa de defensores do autocrata, Pablo Rodríguez, na capital chilena, aos jornalistas. O advogado disse que as contas pertenciam aos "adidos militares" do Chile no estrangeiro e aos "chefes da Casa Militar" e do Exército, cujos fundos eram controlados pelas autoridades chilenas na época. A Casa Militar era uma espécie de Governo sombra ao tempo da ditadura que agrupava os conselheiros mais importantes e geria um importante orçamento. Rodríguez achou ainda "curioso" que as informações da câmara alta americana fossem difundidas na véspera do exame, no Supremo Tribunal, de um pedido de levantamento da imunidade de Pinochet para que este possa responder pelo assassínio, em 1974, na Argentina, do seu antecessor à frente do Exército, general Carlos Prats. Terça-feira, a Subcomissão de Investigações do Senado americano anunciou que o antigo ditador (1973-1990) geriu várias contas no estrangeiro, 125, a sua maior parte nos Estados Unidos, no montante de pelo menos 13 milhões de dólares. A informação ultrapassou em muito a anterior, de Julho do ano passado, que referiu então apenas nove contas e oito milhões de dólares. "Usando falsas identidades, falsos passaportes e contas secretas, estas acções equivalem a lavagem de dinheiro", disse Carmen Hertz, um dos membros da equipa de advogados que lutam pela retirada da imunidade que ainda protege Augusto Pinochet de um julgamento. Activistas dos direitos humanos também receberam o relatório bem. Fabiola Letelier, irmã de Orlando Letelier, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Presidente Salvador Allende morto num atentado à bomba em Washington, disse à BBC que o dinheiro que o antigo ditador desviou deve servir para indemnizar as vítimas da ditadura. O regime militar matou ou fez desaparecer pelo menos 3178, e deteve arbitrariamente ou torturou outras 28 mil." [notícia completa]
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