sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Carta de Juan também é para Luís Amado


A AI à porta da CPLP, em Julho do ano passado, contra a adesão de Malabo

UMA CARTA C/C

A cimeira de Luanda da CPLP adiou, em Julho do ano passado, a adesão da Guiné Equatorial à comunidade lusófona, depois de o tema ter sido suscitado nos media por várias organizações não governamentais, incluindo várias de direitos humanos, uma delas a Amnistia Internacional Portugal, e personalidades como a eurodeputada Ana Gomes. Adiou, não chumbou, pois o que fez foi remeter o assunto para análise.

O na altura Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, passara semanas antes pelo país, em visita oficial, mas na verdade de prospecção económica, e o seu ministro Celso Amorim tinha soltado uma frase assassina que a imprensa aproveitaria de mãos cheias – “Negócios, são negócios”. Em Maio, o ministro português os Negócios Estrangeiros, Luís Amado, também lá fora, à frente de um numeroso grupo de empresários nacionais, visita que ele mesmo descreveu como destinada a "dar mais apoio à penetração dos interesses económicos portugueses" no terreno.

Nas vésperas da cimeira, a imprensa nacional desdobrou-se em artigos explicativos sobre o país, desde onde ficava até ao que era, de que vivia, como vivia e quem lá mandava, ficando claríssimo o cv do homem que o dominava há três décadas – Teodoro Obiang Nguema. Ao mesmo tempo, a AI Portugal escrevia uma carta aos chefes de diplomacia da CPLP alertando-os para a incompatibilidade entre a realidade guineo-equatoriana e os estatutos da comunidade. E o Grupo 19 abraçava o caso de dez prisioneiros de consciência, todos perseguidos por apenas serem da oposição, uma palavra maldita na Guiné Equatorial.

Pelo resumo, a carta mandada hoje pelo escritor Juan Tomás Laurel ao presidente do Parlamento espanhol, José Bono Martínez, pode, no entender exclusivo dos autores deste blogue, ser endereçada também ao ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, à aicep Portugal Global e a todas as empresas que os acompanharam, em Maio do ano passsado, a Malabo, entre elas o Grupo CGD, Grupo Fominvest, Galp, Marfilipe, EuroAtlântico, Grupo Pestana, BKAT Consulting, Alert, Cunha & Vaz Assoc., MSF Engenharia, Soares da Costa, Manuel Couto Alves, ETERMAR, ENSUMECI e ADRIPARTE, SGPS, representantes dos sectores de actividade Banca, Energia e Ambiente, Petróleo e Gas, Mármores e Granitos, Aviação, Hotelaria, Serviços de Saúde, Gestão de Eventos, Turismo e Telecomunicações, Construção Civil e Serviços.

Poderão não ganhar nada em lê-la, no sentido mais literal do termo, mas pelo menos nunca poderão dizer que não sabiam.

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