domingo, maio 29, 2011

Corporação de juízes reage mal a declarações de Marinho Pinto



A Associação Juízes para a Cidadania reagiu mal às críticas que o Bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinto, fez sábado, em Sintra, sobre a prisão preventiva dos agressores da jovem pontapeada por colegas.

As declarações do causídico (na foto) foram produzidas no quadro da conferência Os Direitos Humanos em Portugal do 25 de Abril à Actualidade - Evolução e Percalços, promovida pela Amnistia Internacional Portugal - Grupo 19.

Marinho Pinto analisava então as contradições do sistema judicial português e os diferentes pesos e medidas usados pelos seus julgadores, sublinhando que há frequentemente mais brandura com crimes graves e uma mão mais pesada nos menos.

Também neste contexto analítico teve palavras duras sobre a facilidade com que escapa à lei quem tem mais poder ou dinheiro, ou as duas coisas, do que quem não tem uma ou outra, ou nenhuma.

Foi igualmente muito crítico com o sistema prisional português e os abusos e a violência que estão por detrás das suas paredes.

O Bastonário da Ordem dos Advogados referiu ainda na sua dissertação praticamente todas as preocupações da Amnistia Internacional no relatório que esta organização de direitos humanos acaba de publicar.

Ver notícia no Público

Foto: Luís Galrão

BLOG19

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu é que estou chocada com a relativização que o bastonário Marinho Pinto, cuja personalidade sempre admirei, está a fazer de um caso tão grave. É óbvio que a justiça deve ser célere e eficaz sobretudo em todos os casos de violencia e agressão, e todos os crimes que envolvam causar danos físicos e psicológicos a alguém, com maior ou menor gravidade. Fiquei estupefacta quando o ouvi ontem na TV a dizer algo como "esta pena é medieval, afinal o jovem de 18anos não estava a cometer nenhum crime grave, estava "apenas" a filmar..." Eu nem queria acreditar nestas declarações. O bastonário desceu alguns pontos na minha consideração.

F.S. disse...

O que o Bastonário da OA fez foi tão só sublinhar o carácter desmesurado da medida aplicada - a prisão preventiva - face à falta cometida. Só e exclusivamente isso. Não, e de maneira nenhuma, justificar o acto do súbito realizador de cinema, ou defender a sua inocência. Por isso e na minha opinião devia ter subido, e não descido, na consideração das pessoas, para mais num país onde os grande e os ricos nunca são condenados e os pequenos, fracos e pobres são a esmagadora parte da população prisional.