terça-feira, maio 18, 2004

EUA querem classificar Greenpeace como associação criminosa

No PÚBLICO: "A Administração Bush deu ontem início a uma acção contra a associação ambientalista Greenpeace de forma a declarar a organização como criminosa. A lei em que se baseia a acção judicial, que está a ser julgada em Miami, foi criada, em 1872, para impedir que as prostitutas entrassem nos barcos para aliciar os marinheiros para os bordéis. Em causa está a abordagem pelos activistas de um barco carregado com mogno ilegal vindo da Amazónia, que teve lugar em 2002 no porto de Miami. Na altura da acção da Greenpeace, que é prática comum das campanhas desta organização, os activistas foram presos, declararam-se culpados e cumpriram alguns dias de prisão. Um ano e meio depois, o procurador-geral do país, John Ashcroft, acusou toda a organização nos Estados Unidos por causa desta campanha, baseando-se na lei em causa. Esta lei foi criada quando, no século XIX, os bordéis enviavam as prostitutas carregadas de garrafas de álcool aos navios, enquanto estes faziam as manobras de acostagem. A ideia era deixar os marinheiros tão bêbados que bastava levá-los para terra e daí para os prostíbulos. Só foi utilizada em tribunal duas vezes, a última das quais em 1890, ou seja, há 114 anos. Segundo a Greenpeace, esta acção judicial não passa de uma vingança contra a organização devido às fortes críticas que tem feito à Administração Bush e ao Presidente, a quem chamam o "texano tóxico". Além disso, os ambientalistas afirmam que uma condenação será um golpe fatal para a liberdade de expressão e prejudicará a campanha em curso contra a venda de madeira com origem no corte ilegal de espécies protegidas na Amazónia, um comércio tão valioso que já é considerado como o "ouro verde" do Brasil." [notícia completa]

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